24 de maio de 2018

Oh! Meu velho amigo.

Yopa

Oh! meu velho amigo.
Sua morte foi injusta, mas você fez por merecer.
Todos pensam que está em um lugar melhor, eu  creio que não.
Ainda estamos com medo de seus feitos, do incerto, no inexplicável.
Eu tento não acreditar em vida após a morte, pois os fantasmas que assombram e
Os tormentos que assolam são imensuráveis perto da agonia do ser e
Se você tiver ido para o lugar que muitos querem, você está sofrendo, ardendo, gritando, morrendo a cada dia mil vezes...
Essas mortes não contadas, essas pessoas não encontradas, essa culpa não confirmada,
Sangue que escorre de suas mãos com um sorriso sarcástico e gélido de quem sempre terminou o serviço da melhor forma possível e agora está terminado, acabado dentro de uma caixa apodrecendo a sete palmos do chão e sofrendo sobre seus pecados como nenhum outro irmão apenas esperando por vingança e ressurreição...


I'm watching you...

11 de maio de 2018

Outro Corpo Quente (Contos Sobre o Sr. Piggy)








Larissa caminhava pela avenida Brasil as duas e meia da manhã de um sábado,as luzes fracas piscavam em um ritmo sincronizado, seus saltos faziam barulho ao tocarem o chão ecoando pelas paredes dos prédios enormes que pareciam querer engoli-la. Um vento forte soprara trazendo o mormaço do esgoto e mijo,a lua sequer queria aparecer para iluminar o caminho,um moribundo sequer despontava na rua,nenhum morador de rua,nada; ela estava sozinha e sentia vontade de sair correndo chocar-se contra as estátuas,estava sozinha e começava a recapitular toda sua filosofia do pessimismo até que começara a ouvir passos que não eram os seus,depois a sentir um cheiro forte de cigarro de palha,estava sendo seguida.




Um cheiro podre ia direto para seu nariz,nauseante,pensara ser um andarilho que viria lhe pedir dinheiro,ela estava afim de cometer atos perigosos,parou de caminhar,o andarilho lhe alcançou,o cheiro mais forte ficou,ao se virar Larissa notou que o homem usava uma máscara escura,sua cabeça era raspada e cheia de cicatrizes,o grande roupão da cor verde caqui escondia o resto de seu corpo. Ele estendeu sua mão esquerda e tentou agarrá-la pelo ombro,logo ela se desvencilhou e começou a correr. Seus saltos faziam ainda mais barulho também ao tocar as folhas secas,ela não gritava,não conseguia gritar pois em sua mente se passava um filme com um milhão de coisas que aconteceriam se ele a pegasse,a mais leve delas seria morrer.




Continuou a correr,passou pela praça Dr, Lucas Machado,continuou a subir, aquele fedor a lhe perseguir,virou a direita na R. Padre Marinho;o perseguidor cada vez mais próximo,porém não parecia ter tanta pressa,como se soubesse que a alcançaria uma hora ou outra,porque Larissa já cansava; dobrou a esquerda na rua Manaus,continuou correndo,seus pés cambaleantes,o salto queria lhe derrubar; virou a esquerda na Rua Álvares Maciel,deixara os saltos para trás,logo ao dobrar a direita na R. Maranhão pisara em um caco de vidro. Se perseguidor parecia prever por onde ela passaria pois não estava mais correndo e sim trotando;virou a direita na rua Ulhôa Cintra,a direita na rua Grão Pará,Direita na Rua Domingos Vieira,duzentos batimentos cardíacos,não encontrava ninguém nas ruas em que passava,nem um carro sequer. Virou a esquerda na Rua Piauí, continuou a correr,seus pés doíam,sangravam,apenas conseguia chorar,o vento forte foi de encontro ao seu corpo. Chegou a Praça Dr. Lucas Machado novamente,correra em um círculo e parara no mesmo lugar,estava cansada,sentiu um formigamento foi ao chão,algo afiado acertara seu tendão,era seu fim!




O homem se aproximou, o fedor novamente se instalou,ele observava com deleite Larissa rastejando pelos ladrilhos da praça,não tinha pressa. Larissa rastejou por cerca de quinze metros,seus cotovelos também sangravam,o homem segurou seus pés,bem onde esta o corte,finalmente ela gritou,ele a virou de barriga para cima,rasgou sua blusa,sua calça,deixou-a seminua,levantou-se e a observou tremer de frio e medo por cerca de dois minutos com os braços meio que encolhidos como se eles a pudessem protegê-la. Ele tirou os braços de Larissa da frente que parecia estar hipnotizada,tapou sua boca com aquelas mão sujas,ajoelhou sobre as coxas dela,não podia se debater mais. Então começara a abrir a barriga dela lentamente com a faca que tirara de sua cintura.




Após terminar de abrir a barriga daquele corpo já lânguido,começou a retirar sua entranhas,até que sobrasse apenas um oco,depois amarrara as tripas no pescoço da vítima,bebeu um pouco de seu sangue e depois desenhou uma pequena cruz na testa do corpo para só então partir de encontro a escuridão para se preparar para devorar a próxima vítima.



I'm watching you...

20 de abril de 2018

Sussurros Diabólicos

Antero




Cortizona, Tilenol, Carbonato de lítio, acho que ouço-os sussurrando para mim, aqueles fantasmas sentinelas,aqueles mesmos causadores de minha insônia ,aqueles mesmo que espreitam meu corpo semi-nu a noite, os mesmos que riem de minhas curvas imperfeitas, estão fazendo isso agora mesmo, neste exato momento em que me olho no espelho preparando-me antes que Jonathan chegue aqui em casa. Existem também esses fantasmas dançantes que sussurram como mosquitos mesquinhos, ridículos, em meu ouvido: “Vá explore a si mesma com uma faca,acerte o músculo, o sangue tem um gosto metálico”,  “Existem um milhão de maneiras de descobrir o quanto de dor um corpo humano de seu peso, exatos 73 kg consegue aguentar.” “A maior tortura é viver sem a dor, sem sentir o gosto de cobre provocado por uma incisão em seu braço esquerdo, um pequeno sulco” “Já empurrara seu avó da escada duas vezes, uma terceira talvez faça-a quebrar a bacia, ou talvez um braço.” Por que você não arremessa a si mesma contra objetos, paredes, não quebre alguns ossos, não queima seu braço nas trempes do fogão? Deverias morder o braço de seu irmãozinho recém-nascido mais vezes, deverias ouvi-lo chorar quando faz isso” Por que choras quando sussurramos pra você querida Vanessa?”

2 de abril de 2018

Assassinato na Alameda São Pedro

♪Yopa♫

Chovia forte e nesse momento Clarisse queria apenas acender mais um cigarro naquele beco escuro onde era habituada a passar algum tempo pensado na vida em que estava levando em meio àqueles dias sombrios. Ventava forte e por mais que Clarisse tentasse, seu isqueiro não pegava fogo.